ELEONORA DI TOLEDO - MORTA DE CREPACUORE?
Como quase tudo que envolve a família Medici, em especial o ramo de Cosimo I, muitos são os rumores que a ligam à intrigas pelo poder, assassinatos sombrios, relações incestuosas, fratricídio, adultério e até "crepacuore" (algo como coração partido, em português).
Parece que à inversa medida em que o granduque Cosimo I teve sucesso nos domínios de Firenze, vendo seu reino se abranger à Toscana progressivamente, sua imensa e feliz família construída ao lado de Eleonora de Toledo, foi minguando de forma trágica.
Essas muitas mortes repentinas, incitaram o imaginário popular e, influenciado por dois elementos tipicamente fiorentinos: as brigatte (grupos de aliados que se defendiam mutuamente formando núcleos densos de apoiadores contra os rivais) e a maledicência das tabernas.
Hoje nos dedicaremos a falar sobre a esposa, muito adorada, do granduque, Eleonora de Toledo que os inimigos de Cosimo disseram ter morrido de crepacuore após ter presenciado o marido matar, num golpe de ira, o filho Grazie que, por sua vez, havia ferido o irmão mortalmente o irmão Giovanni.
O ano era 1562. Cosimo I continuava a tentar dominar Livorno, sempre inssurrcta, o que fez com que o granduque partir em direção à Maremma com os filhos e a esposa para, por meio da sua presença oficial, demonstrar seu poderio.
Desta viagem, dois filhos e a esposa retornaram em seus esquifes. O que teria acontecido no outono de Livorno?
A justificativa oficial foi a malária, mas parece pouco provável que houvesse tantos mosquitos naquela região no final de outubro, o que fez as mas línguas das brigatte de inimigos dos Medici falarem de uma tragédia nefasta.
De acordo com os relatos, os jovens Giovanni, que havia pouco tinha se tornado cardeal, e Garcia brigaram depois de um torneio de caça. A discussão não teria se encerrado no campo e ao entrar no Palazzo ducale, Giovanni continuava a irritar Garzia que, num lance inesperado, desembainhou sua espada e trespassou seu irmão, ferindo-o mortalmente. Desesperado, Garzia correu para sua mãe que o aconselhou a pedir perdão ao pai, quando esse chegasse. Quando o granduque chegou e soube da morte de seu filho, a quem almejava que fosse o futuro Papa, ficou irado e quando Garzia veionlhe pedir perdão, o pai num ato impensado, matou o filho com as próprias mãos. Dada a tragédia familiar, a pobre Eleonora que já havia perdido outros filhos amados, sentiu -se tão triste que morreu de "crepacuore ".
A ciência não consegue provar que a causa da morte dos três tenha sido a malária, mas não há indícios nos ossos que tenham morrido em decorrência de ferimentos de espada. Quanto à bela e amada Eleonora, sabemos que nesta época, ela sofria de tuberculose e, muito possivelmente, não teria suportado mais uma infecção.
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