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Mostrando postagens de outubro, 2019

Anna Maria Luisa de Medici: a mulher visionária que salvou a história de Poder e Beleza de Firenze construída pelaFamília Medici.

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Se hoje podemos ir a Florença e visitar uma das coleções de arte mais antigas e importantes do mundo, intacta e ainda em seu precioso contexto, devemos a uma mulher visionária, Anna Maria Luisa de 'Medici, a última expoente do ramo graducal da  família. O Granducado da Toscana, no século XVIII, passava por um período de declínio político e econômico devido às terríveis políticas de Cosimo III, a linha de sucessão estava quase extinta e Cosimo III passou os últimos anos de sua vida tentando obter reconhecimento,  de outros estados europeus.   Com a morte de Cosimo III, seu filho Gian Gastone de 'Medici se tornou Granduque, porém,  declarou-se homossexual e completamente desinteressado em assuntos públicos, herdeiros não nasceram de seu casamento infeliz, e as potências européias, sem reconhecer a legitimidade de sua irmã, Anna Maria Luisa, se interessaram em assumir o  controle do Granducado.   Sua mão fora cortejada por muitos homens poderosos, dentre eles, o filho Louis XIV de

ELEONORA DI TOLEDO - MORTA DE CREPACUORE?

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Como quase tudo que envolve a família Medici,  em especial o ramo de Cosimo I, muitos são os rumores que a ligam à intrigas pelo poder, assassinatos sombrios, relações incestuosas, fratricídio, adultério e até "crepacuore" (algo como coração partido, em português). Parece que à inversa medida em que o granduque Cosimo I teve sucesso nos domínios de Firenze, vendo seu reino se abranger à Toscana progressivamente, sua imensa e feliz família construída ao lado de Eleonora de Toledo, foi minguando de forma trágica. Essas muitas mortes repentinas, incitaram o imaginário popular e, influenciado por dois elementos tipicamente fiorentinos: as brigatte (grupos de aliados que se defendiam mutuamente formando núcleos densos de apoiadores contra os rivais) e a  maledicência das tabernas. Hoje nos dedicaremos a falar sobre a esposa, muito adorada, do granduque, Eleonora de Toledo que os inimigos de Cosimo disseram ter morrido de crepacuore após ter presenciado o marido matar, num golp

Girolamo Savonarola: santo ou maldito? - PARTE I

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De todos os personagens do renascimento Fiorentino, o frade dominicano Girolamo Savonarola,  talvez, seja o mais controverso dentre os pesquisadores.  Nem mesmo dentre os seus coetâneos, Savonarola foi unanimidade. Educado com seu avô, Michelle Savonarola, famoso médico da corte da Família D'Este, o pequeno Girolamo sempre teve uma peculiar relação com a vida sexual, pois fora o Dottore Savonarola, o primeiro a escrever um manual de comportamento sexual adequado para casais.  Contam alguns historiadores que o jovem Girolamo abraçou o sacerdócio em razão do frustrado  pedido de casamento que fizera à Folha ilegítima da família Strozzi, fator que poderia ser o determinante para seus discursos misóginos, nos quais incitava a comunidade a temer e controlar as mulheres, "aquelas criaturas demoníacas que suscitavam desejos pecaminosos nos homens e despertavam o mal ao redor de onde passavam".  Em 1480, o jovem frade chegou ao convento de San Marco, em Firenze. Baixo, muito magr

Lippina - a dolcissima e controversa história de amor de Filippo Lippi Lippi e Lucrezia Buti

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O habilidoso Filippo Lippi teve uma infância difícil que o levou a ser custodiado, aos oito anos de idade, aos carmelitas do Convento del  Carmine, em firenze. Local onde conheceu Masalino Panicale e Masaccio enquanto esses decoravam a belíssima Capela Brancacci. Além da influência artística, Filippo recebeu também a vocação sacerdotal, tomando o hábito de Mônaco carmelita. Coetâneo e amigo de Beato Angélico, Donatello e Lucca della Robia, executou muitos afrescos, telas e retábulos com características de expressividade e vivacidade que logo chamaram a atenção da Família Medici. Entre 1452 e 1465, esteve na região de Prato, vizinha a Firenze, para executar a Capella Maggiore do Santo Stefano. Entre desentendimentos vários acerca do pagamento da obra e questionamentos acerca da obra, Lippi pintou vários outros quadros, muitos encomendados pelos Medici, Martelli  e outros aliados. Neste interstício, o jovem monge conheceu a bela e doce freira Lucrezia Buti, por quem se apaixonou perd

LA DAMA BIANCA, una veneziana na corte Medici - Parte II

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Apaixonado prla bela Bianca, Francesco passa a proteger os, agora legítimos, cônjuges Buonaventuri e não os extradita de volta à Serenissima, e sob a ao pai que autorize-os permanecer em Firenze.   Piero Buonaventuri, o ambicioso marido da venezia, vê-se, de repente, nas graças dos poderosos Medici, ou ao menos do jovem príncipe, e recebe honrarias das quais ele se vangloria e usufrui com prazer.  Com acesso a dinheiro e atribuições de prestígio, a suave e luminosa Bianca, que se tornou mãe na modesta casa de Buonaventuri, enche-se novamente de sonhos, e  desta vez imagina escapar da "dura vida" modesta que leva com um verdadeiro príncipe.   Um vínculo instantâneo e indelével entre Bianca e o príncipe introvertido torna-se poderoso.   As más línguas fiorentinas começam a deixar Cosimo nervoso, que escreve ao filho repreendendo-o sobre  "Andar sozinho por Fiorenza à noite não é bom", principalmente porque está se tornando "um hábito", "uma recorrência&

Caterina de Medici e a boa mesa - Parte I

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Por trás da história dos talheres, há uma longa Minh a do tempo e de alterações dos costumes sociais.  Verifica-se que a colher  já estava em uso pelos egípcios, há mais de 5000 anos atrás. Na Roma antiga, dois tipos De colheres eram usados: o primeiro era chamado coclear ou cockleare ( em italianl cucchiao, termo derivado cocklea, ou "concha"), usado para comer alimentos líquidos, moluscos, ovos e administrar remédios; o outro , denominado  ligulas,  que tinha a forma de uma folha de louro e provavelmente foi usado para perfurar a comida (alguns de fato a consideram mais um ancestral que o garfo do que da colher tal como a conhecemos hoje). As colheres dos romanos eram feitas de vários materiais, sendo dentre eles o osso, o mais comum, porém,  bronze e prata predominavam, claramente, entre as famílias ricas. Durante a maior parte da Idade Média, as colheres, quase sempre eram feitas em madeira, e eram usadas muito raramente. Somente no início da era moderna que elas voltaram

LA DAMA BIANCA, Uma Veneziana na corte Medici - Parte I

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"Alteza, onde devemos enterrar a Grã-duquesa?"  "Onde você quiser, mas não conosco". Assim trataram o corpo da nobre dama - primeiro amante e depois esposa do grão-duque Francesco I - da qual nem sequer se conhece o paradeiro de seu túmulo.   Bianca Cappello, a cortesã que se atreveu a tornar-se uma duquesa: talvez nenhuma mulher tenha sido tão maltratada pelos fiorentinos - na vida e na morte - quanto essa aristocrata veneziana que desembarcou de maneira fugidia no Arno, mas pouco tempo depois, numa trama digna das melhores novelas, ascendeu ao degrau mais alto da corte de Cosimo I.   Seu nome foi fonte de zombaria secular em Firenze, só recentemente, foi absolvida pela história.   Sua vida digna de um folhetim, escreveu um conto de amor capaz de atravessar anos, sobrevivendo à paixão da juventude e à carne envelhecida dos amantes.  Desafiou as intrigas, da boca pequena dos cortesaos, do mexerico da cidade e de toda a Itália que espreitava a intimidade dos Medici c

A estreita relação de Lorenzo Magnífico com o Oriente

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O renascimento italiano foi mais influenciado parla cultura oriental do que normalmente se imagina.  O constante fluxo comercial de especiarias, tecidos,  tapetes, porcelanas,  artigos de vidro, laca, pérolas, pigmentos usados no tingimento de tecidos ou telas estreitou as fronteiras entre a Espanha sob domínio muçulmano, a Turquia, Egito, China e toda a Europa Ocidental.  Os mesmos barcos genoveses e venezianos que carregavam as mercadorias, levavam tratados, receitas, documentos, palavras novas incorporadas do léxico de otomanos, chineses e árabes.  Os milenares conhecimentos da medicina chinesa, ervas aromáticas e alucinógenas, assim como as operações de catarata feitas por árabes estão relatadas nas crônicas dos Séculos XV e XVI.  A absorção dos conhecimentos da sociedade árabe sobre a astronomia, possibilitaram navegações mais seguras e longas.  Hoje sabemos que o pensamento filosófico e científico de antigos hindus, árabes e chineses influenciou fortemente os geniais Leonardo da