Sangue e vingança: as consequências da Congiura dei Pazzi
Os registros contam que a milícia fiorentina capturou Francesco de' Pazzi ainda em seus aposentos privados quando, nu, tentava se suicidar. De acordo com o embaixador de Milano, Filippo Sacramoro, seu desespero pelo fracasso era tamanho que sequer resistira à prisão, pois preferia dar cabo de toda vergonha que sofrimento que ainda estavam por vir depois de afrontarem os Medici e perderem. Francesco fora arrastado pelas ruas do centro da cidade para ser exposto em sua nudez e vergonha, interrogado na Piazza della Signoria e enforcado logo em seguida, tendo seu corpo jogado pelas janelas da Palazzo Vecchio para exaltação da turba que observava.
O arcebispo Salviati, tentou clamar por misericórdia alegando que fora convencido por Jacoppo Pazzi e que possuía um arcebispado honrado que o levaria em breve a ser "pronunciado cardeal, em nome do Espírito Santo". Tais alegações de nada adiantaram, pois acabou enforcado ao lado de Francesco Pazzi e virou lenda urbana no inconsciente coletivo fiorentino.
Jacopo Pazzi que havia fugido, foi capturado por fazendeiro patriota, levado a Firenze em um carro de bois para ter o mesmo fim de seu irmão. Contudo, depois de alguns dias de exposição, seu corpo foi arrastado pelas ruas; crianças usaram-no para bater nas portas com a cabeça, depois lançaram-no ao Arno. Um ou dois dias depois ele foi "pescado" pelas redes de um pescador, devolvido ao povo que continuou a vilipendiar seu cadáver, como meio de diversão e mórbido senso de justiça, além de impedir que ele tivesse um enterro cristão, o que era, possivelmente, a maior punição possível.
Montesecco, preso quase uma semana depois foi interrogado pelos "Oito" e ao confessar teve como sentença a decapitação no Bargello, sede da justiça.
Bernardo Bandini que fugira para Constantinopla imaginado que o braço e a justiça de Lorenzo não o alcançaria, foi pego graças ao bom relacionamento do magnífico com o sultão Mehmed que o enviou de volta em um navio, junto com outras especiarias, e assim, foi julgado e enforcado um ano depois do assassinato na Igreja de Santa Maria del fiore.
Toda essa caçada e justiçamento denunciam a sinistra propensão à violência oculta pelo toque de civilidade e elevada cultura demonstrada pelas artes fiorentinas.
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