Il giglio di Firenze - A história de um símbolo
Em todo o mundo, o lírio botonado de Firenze, ou Giglio botonato, é conhecido, há quase mil anos,
como símbolo de uma das mais importantes cidades da arte . Porém, ao contrário do que vemos agora, as cores foram invertidas, pois eram, originalmente, uma flor branca em fundo vermelho.
Sua origem é contada por muitas lendas: uma delas conta que a fundação da cidade pelos romanos se deu durante a celebração da deusa Flora, no advento da primavera e que o templo fora amplamente enfeitado com as lindas flores vermelhas da encosta da cidade.
Outra história liga o giglio ao nome do fundador Fiorino, um pretor romano que morreu durante o cerco de Fiesole.
Há os que afirmam que, sendo o lírio símbolo da pureza da Madonna, foi escolhido precisamente para um culto mariano do nono século e se firmou como característica da cidade para afastar os rumores de que os fiorentinos eram hereges.
Qualquer que seja sua origem precisa, os fiorentinos já carregavam o Estandarte com o Giglio em batalha durante a primeira cruzada.
As cores atuais datam de 1251, durante a guerra entre os guelfos e os gibelinos. Os primeiros apoiavam o papado, enquanto seus opositores apoiavam o imperador, nas lutas pelos investimentos que envolviam metade da Europa. Esse conflito dividiu a Itália e foi descrito por Shakespeare em Romeu e Julieta.
Em Firenze, os Guelfos venceram e logo exilaram seus adversários.
Ainda que derrotados, os gibelinos, continuaram a ostentar o símbolo da cidades em seus estandartes, motivo pelo qual os guelfos decidiram inverter as cores do emblema, fazendo-o exatamente como é hoje.
Pouco mais de um ano depois deste fato, em 1252, o Giglio fiorentino apareceu no primeiro florim cunhado oficialmente, o que tornou, rapidamente, o Giglio como símbolo de Firenze reconhecido internacionalmente.

Naqueles dias era fácil encontrá-lo em um escudo apoiado por um leão, o chamado marzocco, que além de ser uma referência aos bravos guelfos fiorentinos, remetia ao antigo patrono da cidade durante a era romana, o Deus Marte.
Os fiorentinos estavam tão orgulhosos de seu brasão que na parte de trás do Palazzo della Signoria jaulas abrigavam pelo menos 24 leões, símbolo também da realeza e singularidade daquele povo.
Ao guerrear com os vizinhos, Firenze impunha aos territórios conquistados a utilização do Giglio como símbolo, mas com uma diferença: a flor era desprovida de estames - botões, isto é, os órgãos de reprodução.
Ainda hoje em Castelfiorentino e Scarperia o giglio é o símbolo municipal.
A única tentativa de substituí-lo foi em 1811, quando Napoleão emitiu um decreto impondo um novo e mais modesto símbolo aos fiorentinos. OS protestos foram tamanhos e representaram tão bem a personalidade altiva dos fiorentinos que ao invés dos conquistados se curvarem ao conquistador, fora o imperador da metade da Europa que teve que se curvar aos fiorentinos e devolver o Giglio botonato à cidade de origem.
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