A noite das pontes de Firenze - quando Hitler destruiu a cidade

Durante a noite entre 3 e 4 de agosto, explosões causaram ruído e choques que fizeram a cidade tremer, como se tivesse sido acometida por um terremoto.  

Casoni escreveu a duas horas as rajadas de minas muito grandes recomeçaram, as explosões, os golpes  parecem determinados por uma chuva de balas destinadas a cair sobre nossas cabeças;  novas nuvens sobem enchendo o céu com medo, como que para precipitar a enormidade do desastre ".  

Uma a uma as pontes foram demolidas, até mesmo a de Santa Trinità, que de tão estável em seus pilares, acabou por requerer três cargas explosivas antes de, por fim, desmoronar... 

A escolha de salvar a Ponte Vecchio, particularmente admirada por Hitler em suas visitas à cidade, implicou na destruição do coração medieval da antiga Firenze, região localizada em suas extremidades, em ambos os lados do Arno. 
 
Os bairros de Santa Maria e Borgo San Jacopo, Via Bardi e Via Guicciardini, com as antigas e características casas-torre e a casa de Maquiavel, foram rasgadas ao meio e as antigas construções  arrasadas.

De manhã, quando os mais bravos fiorentinos subiram aos telhados ou tentaram chegar ao rio Arno, enfrentaram um espetáculo assustador: tocos de pedra em vez dos pilares preenchiam o Arno e montanhas de entulho fumegante eram vistos nos dois lados do Ponte Vecchio.  

As explosões foram tão fortes que pedaços da Santa Trinità chegaram à Via Cerretani. 
Enquanto as primeiras tropas coloniais britânicas avançavam a Via Senese e entravam pela Porta Romana em direção à  cidade e as brigadas dos partigiani (grupo de resistência italiana), depois das primeiras lutas no Gavinana no dia anterior, penetraram o Oltrarno para o entusiasmo da população, e assim, a cidade foi dividida em duas até a batalha da insurreição que a libertaria definitivamente da ocupação nazista.

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