Quem desenvolveu o Espírito Renascimento: os grandes Gênios ou seus mecenas?



 Pontuando algumas visões historiográficas sobre o renascimento


O Renascimento é mais que um mero período da História. Podemos entendê-lo como um movimento complexo de mudança dos paradigmas econômicos, culturais, políticos, científicos e sociais que se fortaleceu ao longo de 4 séculos, como diferentes nuances e representações por toda a Europa. 

Buckhardt, grande estudioso do  Renascimento Italiano, postula no Século XIX que, o período compreendido entre o final do Século XIII e o meados do Século XVII mudaram para sempre as bases do pensamento ocidental. As delicadas relações de poder  na explosiva Itália determinadas pela ascensão e queda de famílias tradicionais da aristocracia medieval, são transformadas em decorrência do fortalecimento progressivo da burguesia comercial e do florescente grupo de banqueiros que patrocinavam as excentricidades do alto clero, assim como, compravam as dívidas de guerra das cidade-Estado italianas.

De acordo com o historiador inglês Jerry Brotton, a  constante troca de mercadorias entre ocidente e oriente favoreceu também uma incessante interpenetração cultural que juntou, num prolífico caldeirão,técnicas e conceitos científicos, senso estético e moral, bem como percepções sociais diferentes, construindo um rico e denso caldo cultural, do qual nos alimentamos até os dias de hoje.

Firenze pode, inequivocamente, ser considerada como núcleo duro precursor de todo esse processo de construção identitária, contudo, não foi a única fonte de desenvolvimento do Renascimento. Portanto, poderíamos dizer que tivemos "renascimentos". 

Na constituição dessa história alguns elementos são fundamentais, dentre  eles, destacam-se:
1) o fortalecimento da linguagem local;
2) a ampla circulação de mercadorias e, também, de saberes, favorecidos respectivamente, pelo aprimoramento das técnicas de navegação e da invenção da imprensa;
3) o avanço do pensamento científico em detrimento do pensamento mítico-religioso;
4) a transição do domínio de poder das mãos da Igreja para a dos soberanos; 






Duomo de Firenze - exemplo da inovação arquitetônica apoiada e financiada por Cosimo de Medici 

Mona Lisa de Leonardo da Vinci - um dos mais famosos quadros produzidos durante o renascimento

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