A moda na Itália Renascentista - parte I
Itália e a Moda no Renascimento - parte I
Durante os séculos XIII e XIV, a moda francesa teve uma grande influência na Itália, e o próprio Dante se queixou das "atrevidas mulheres florentinas" que não hesitaram em passear pelas ruas da cidade mostrando "com seios vergonhasamente expostos, decotes ousados e impróprios".
E era uma febre da moda na França, algo como um traço próprio do estilo francês que usava e abusava das cores devido à uma cientista provençal, Mabilla di Retz, que floresceu no final do século XII;
Os vestidos bicolores e decotados, possuíam aquelas saias longas que escondiam os pés e muitas vezes atolavam na caminhada rápida pelas ruas de calçamento irregular ou muitas vezes, n~so mais que terra batida ligeiramente coberta de serragem, folhagem seca, feno...
Essas saias que estavam em voga durante o século XIII, transcenderam a corte francesa e ganharam o gosto das damas mais refinadas da Itália, e como muitos e seus maridos eram proditores e mercadores de tecido, ela logo se alastrou pelos países baixos e toda a Europa Setentrional. Ainda podemos ver tais modelitos nos mosaicos venezianos de Ravena e nas pinturas de Giotto.
Essas saias longas tiveram uma origem estratégica e magistral. Como as filhas de Luís IX, o Santo, possuíam pequenas deformações em seus pés deformados, adotar as longas saias para escondê-los e valorizar o decote para mostrar o alvo e valoroso colo era uma estratégia genial, e naqueles disa tiveram sucesso para além de seu papel de disfarce, criando um grande fervor na Corte e fora dela.
Uma moda verdadeiramente italiana, surge nada mais, nada menos que durante o Renascimento. É no momento em que a privilegiada posição da Itália, entre o exótico e refinado Oriente Médio e a efervescente corte francesa com sua ânsia por esplendor, consegue produzir, e quando não, negociar os melhores materiais da Europa, sejam sedas, veludos, peliças, pedras preciosas, brocados em ouro e prata e as magníficas estamparias exclusivas de Venezia.
As causas que determinam o maravilhoso florescimento desse período permanecem nos prósperos arredores emergentes conjuntamente com a Burguesia: prosperidade pública florescente, cultura ampliada e fortalecida pelo estudo das antiguidades gregas e latinas, evolução política da cidade que possuía um intenso e incessante fluxo de estrangeiros, comerciantes que traziam e levavam uma pouco de tudo.
A intrincada relação entre o comércio barulhento e próspero ligou-se à soberania da arte de maneira tal, que não era mais possível Firenze e Venezia serem apenas entrepostos ou centros de bancários o que teve sua reação direta na conduta suntuária da aristocracia e burguesia ascendente.
Detalhe do Afresco da Cappella dei Tuornaboni em Santa Maria Novella |
Comentários
Postar um comentário