DANTE ALIGHIERI PELAS RUAS DE FIRENZE - PARTE I



Dante Alighieri foi expatriado de Firenze em 1301 por ser membro da facção dos  "guelfi Bianchi".

Os guelfos brancos e os guelfos negros eram as duas facções em que  se dividiram os Guelfos de Florença após a expulsão dos gibelinos, por volta do final do século XIII.

As duas facções lutaram pela hegemonia política e, portanto, econômica na cidade. Eram muito comuns as lutas até a morte pelos muitos becos,  cantos e vielas da cidade.

Apesar de ambos apoiarem o papa, eles se opuseram em termos políticos, ideológicos e econômicos. 


Os Guelfos brancos, pertenciam a um grupo de famílias  chamados "magnat", produtores rurais abastados, abertos às forças populares eles perseguiram a independência política e eram defensores de uma maior autonomia em relação ao pontífice, recusando-se a interferir no governo municipal e em várias decisões. 

Os Guelfos negros, por outro lado, que representavam acima de tudo os interesses das famílias mais ricas de Florença, estavam intimamente ligados ao papa por interesses econômicos e admitiam seu controle total nos assuntos internos de Florença, estimulando também a expansão da autoridade papal em todo o país.

A rivalidade entre os guelfos brancos e os guelfos negros estava no centro da vida social e política, entre o final do século XIII e a primeira década do século XIV em Florença, Pistoia e outras cidades da Toscana. 


Episódios históricos relacionados com os contrastes nascidos dentro do Partido Guelfos são amplamente tratados na Divina Comédia que foi escrita Dante Alighieri naqueles anos.

O poeta da pátria retratou sua terra como Ninguém,  porém morreu no exílio amaldiçoando o gênio duro e sectarista dos fiorentinos.

Michelangelo Buonarroti,  amante da sua Firenze e do dialeto toscano (mãe da língua italiana moderna), escreveu certa vez ao Papa Leone X , filho de Lorenzo Magnífico,  solicitando que o corpo do ilustre Fiorentino fosse trasladado para o vale do Arno, enterrado em local de destaque, como lhe convinha,  dizendo que se assim o fosse feito, ele faria uma sepultura à altura do gênio,  às próprias expensas, algo muito significativo quando se pensa no comportamento avarento que Michelangelo cultivou , com certo orgulho até,  durante sua longa vida. 

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