A Congiura Pitti - Quando Lorenzo defendeu o pai pela primeira vez!

Piero, assim como seu pai Cosimo, tinha exercido uma autoridade forte e quase absoluta sobre a Firenze do início do Século XV, contudo, tal como seu antecessor, não assumiu qualquer cargo na política oficial, apesar de ser tácito que era o comandante de fato daquela república ao definir ,  indiretamente, os rumos das votações ao colocar seus aliados como representantes no complexo sistema de democracia da Signoria fioretina.

Em 1466 um grupo de conjurados, entre eles Luca Pitti  e Diotisalvi Neroni (antigo aliado da Família Medici e por longo tempo amigo íntimo de Cosimo), atentaram, sem sucesso, contra a vida de Piero. Para os traidores conjurados a ocasião parecia perfeita, pois o Medici encontrava-se bastante fragilizado por uma grave crise de sua doença reumática, o que o retirara temporariamente da cidade e o levara para a Villa de Cafaggiolo a fim de obter um pouco de repouso e seu sucessor, Lorenzo, tinha não mais que dezesseis anos. Esta era a oportunidade não só de retomar o poder, como desestabilizar para sempre a  Família Medici e, quiçá, varrer de Firenze toda a influencia deles, portanto, a estrada que ligava a Villa à cidade era o ponto ideal para pegar o atentado que mataria não só pai, mas também seus dois jovens filhos, Lorenzo e Giulliano que acompanharam os pais, contudo, amigos que compunham a brigatta de Lorenzo ouviram murmúrios vindos do descontente Luca Pitti e seus aliados, e resolveram subir até à Villa para avisar o amigo que organizou uma escaramuça surpresa para os traidores.

Segundo relatos das crônicas da época Lorenzo idealizou um estratagema que ludibriou os inimigos e, enquanto seu pai descia por um outro caminho, ele e seus companheiros surpreenderam o conjurados e lutaram bravamente na colina próxima à entrada principal da cidade.

Graças ao jovem Lorenzo os traidores foram identificados, rapidamente presos e condenados à morte pelo tribunal fiorentino, entretanto, oram agraciados, por intervenção do próprio  Piero que, com um ato de misericórdia, solicitou que a pena fosse comutada da morte em exílio. Neroni e Soderini, ambos condenados por fazerem parte do grupo de conjurados de Luca Pitti, foram para Veneza onde, ignorando a generosidade de Piero que lhes garantira  sobreviver, convenceram o Dodge e o Conselho a declarar guerra contra Firenze no intuito de expulsarem os Medici, tomarem a cidade ao lado do Dodge e retornarem como centro do poder.

As tropas venezianas, de um lado, e as fiorentinas, aliadas ao exército milanês e napoletano, de outro, se enfrentaram em Ímola, de onde os venezianos saíram derrotados e os conjurados desgraçados perante o povo fiorentino.