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Mostrando postagens de janeiro, 2019

A origem da Cavalgada dos Magos e a relação com a Família Medici

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Desde 1996, em Florença foi restaurada a antiga tradição do "Cavalgada dos 'Magos", um suntuoso banquete celebrado no "Dia de Reis" com o desfile histórico pelas ruas que reconstroem uma jornada lendária e emblemática para a cristandade. Mas quanto há de  mito ou  realidade nessas personagens fascinantes? E qual seria a origem da "Cavalgada dos Magos?  Reza a lenda local que em 1390, um rico  comerciante da região de Levanto,  morador de Florença, conhecido como Baltazar dos bêbados, instituiu um desfile de pessoas vestidas com  preciosos  tecidos  orientais.  Esta celebração, como quase todas as festividades religiosas de Florença, também foi dedicada à construção de uma aliança estreita entre as tradições do Oriente e do Ocidente, visando fortalecer laços comerciais entre aqueles povos.  Foi em 1417 que o desfile se tornou parte da  tradição do povo  florentino, tanto assim que a Signoria da República decidiu estabelecer e subsidiar uma

Como seria viver na Florença do Século XVI na visão de Michelângelo Buonarroti

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Se pudéssemos conversar com  um grande gênio renascentista e perguntar como seria viver na Florença do Século XVI, talvez, Michelângelo Buonarroti, criador de obras primas da escultura como o David, Moisés e Pietà, de pinturas como o tondo Doni ou o Juízo Final da Capela Sistina e da arquitetura, como a cúpula da Basílica de San Pietro, ele nos desse a resposta a seguir...      A minha bela cidade era um lugar cheio de cores, aromas e sabores diversificados que faziam brincar a imaginação de qualquer um que vivesse lá, mas também era um lugar conflituoso e cheio de rivalidades entre Ghibellini e Guelfi, Guelfi bianchi e Guelfi Neri, com os moradores de cada um dos quartieri se sentindo  mais importante que os demais o que os leva ao torneio anual do Calcio Storico para saber quem é o mais forte e sortudo do ano, e por  fim, aquele inferno da política corrupta e cheia de intrigas liderada pelos Medici. Mas uma coisa tenho que dizer: na época do Magnífico a política não e

Lorenzo: O mestre de cerimônias nato

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"O lume de centenas de candeeiros que percorriam a Via Larga luzia, as chamas cintilando na fina areia branca espalhada sobre as pedras do calçamento para abafar o barulho dos cascos. O sol se punha por trás das montanhas, pessoas começaram a encher os bancos ao longo dos palácios. Todas as janelas estavam apinhadas de homens e mulheres, todos esticando o pescoço para ver melhor. Estandartes resplandescentes cobriam as escuras fachadas de pedra bruta: neles, lírios vermelhos da República Florentina, arcos dourados dos Piccolomni de Siena - agora acrescidos das chaves e da coroa, mostrando a ascensão de um dos seus, Aeneas Silvius, ao trono papal, como Pio II  -, o galgo retesado sob o pinheiro, representando os Sforza, de Milão, e, acima de todos,  o escudo dourado adornado com as bolas vermelhas dos Médici. (...)" A descrição acima nos situa em uma das muitas oportunidades nas quais Lorenzo de Medici atuaria como um verdadeiro diplomata desde a mais tenra idade. No relato